Críticas de jornais, ou críticas de outros realizadores.
"A CANÇÃO DA TERRA", que passou na Lousã
a 23 de Julho de 1938, trazia no cartaz "o que disse o grande realizador,
António Lopes Ribeiro". Ribeiro assim dissera: "Brum do
Canto escreve cinema à maravilha. Pelo menos, na CANÇÃO
DA TERRA a sintaxe fono-visual, que se obtém pelo consórcio
feliz da planificação e da montagem, não apresenta
erros, nem deslises. Mas a CANÇÃO DA TERRA não é
apenas um filme certo: é um filme com estilo. Estilo particular
perfeitamente definido pelo realizador russo Tcherviakov, que chama às
suas próprias obras, ENSAIOS LÍRICOS ... Por isso digo ao
público, a tôda a gente: Vão ver A CANÇÃO
DA TERRA! E o público, quando lá fôr, deverá
dizer como eu digo: Bravo, Jorge Brum do Canto!" (para
saber mais) (*)
Elogios de "realizadores, artistas e críticos", unânimes
no aplauso a "HÁ LODO NO CAIS",
pela Lousã em Maio de 1956: "Uma história violenta!
Realizadores, Artistas e Críticos foram unânimes no elogio
deste filme poderoso. SAMUEL GOLDWIN disse: uma excelente pelicula, formidavelmente
dirigida e interpretada. HUMPHREY BOGART: Um filme excelente. Reunamos
todos os Oscares, incluindo o meu e ofereçamo-los a MARLON BRANDO...;
JEAN SIMONS: Uma das melhores peliculas que vi, MARLON BRANDO excede-se
a si proprio, se isto é possivel...; KIRK DOUGLAS: Poderoso filme!
MARLON faz o seu melhor papel. ELIA KAZAN: O realizador de 'Crime Sem Castigo'
e de 'O Eléctrico Chamado Desejo', o homem que tem obtido os maiores
triunfos nos palcos da BROADWAY, excedeu-se a si próprio na realização
desta obra prima".
"MARIANELA", a história
de uma "esfarrapada e feia" que amava um cego e que, quando esse
cego recuperou a vista, viu nascer " o seu drama", trazia palavras
de Amélia Rey Colaço apensadas ao cartaz: "A propósito
da excepcional interpretação de Mary Carrillo, neste filme,
Amélia Rey Colaço, glória da cena portuguesa, que
estreou no teatro, há 25 anos, no emocionante drama MARIANELA, escreveu:
Para Mary Carrillo, a deliciosa intérprete do filme Marianela, vai
o melhor da minha homenagem e da minha enternecida saudade. A sua interpretação,
agitada pela mais pura e viva comoção, é do melhor
quilate artístico".
Em "EDUCAÇÃO PARA A MORTE" (1946), a
palavra respigada para acreditar o filme era a do autorizado embaixador
de Inglaterra nos EUA: "Palavras de LORD HALIFAX, embaixador da Inglaterra
na América: 'Educação para a Morte', mostra o intransponivel
abismo que nos separa do nazismo. Nele se verifica em todo o seu horror
e crueldade, o sistema de perversidade com o qual, os nazis têm deliberadamente
degredado o espírito e a moralidade da nova geração".
"O MÁRTIR DO CALVÁRIO" (1960) vinha "recomendado
pelas autoridades eclesiásticas". "LADRÃO DE
CASACA" trazia a assinatura de Hitchcock mas, se tal não
bastasse, outra credencial se juntava: "O filme seleccionado para
apresentação a sua Magestade a Rainha Isabel, no Royal Film
Performance, em Londres". "AMORES DE SAMURAY" (1956)
tinha sido apresentado a outras autoridades: "O primeiro grande filme
Japonês a cores apresentado em Portugal e que teve na sua estreia
a presença de sua Excelência o Senhor Embaixador do Japão
e Corpo Diplomático".
(*) "A CANÇÃO DA TERRA" voltou a passar
na Lousã em 1946, mas aí o cartaz já podara a crítica
de António Lopes Ribeiro. Oito anos volvidos, enfatizava-se a carreira
do filme: "Verdadeiro orgulho do cinema nacional que ficará
para sempre na memória de todos os portugueses".
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