Em Junho de 1940, outro filme mais português que todos os portugueses
já filmados. "A SEVERA" era "o mais português
de todos os nossos filmes". Mandavam os tempos que ficasse bem considerar
"A SEVERA" "o verdadeiro poema da raça". "UM
HOMEM ÀS DIREITAS" era "um espectáculo onde
se exalta o culto da honra e do trabalho", exaltação
que merecera o Grande Prémio de Cinematografia do S.N.I. (Secretariado
Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo). (para
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"SANGUE TOUREIRO" tinha "Amor!... Arrojo!... Abnegação!...", "três elementos deste filme que se ajustam bem à índole do povo lusitano". "AMOR DE PERDIÇÃO" (1944) era "a mais grandiosa das realizações nacionais e que nenhum português, orgulhoso da sua pátria, deve deixar de ver, admirar e propagar!"; "AMOR DE PERDIÇÃO", "o filme do povo de Portugal, por ser o que mais fala ao coração e sentimento português" Nas classes dos portugueses que se prezavam e dos que nem tanto, os primeiros tinham o dever de ver "FEITIÇO DO IMPÉRIO": "Todo o português que se preza deve ver êste espectáculo sensacional". Prezando-se e cumprindo o dever, tinha direito a fazer uma viagem "à nossa África através dêste maravilhoso filme", afinal de contas "a apoteose de Portugal Maior". O facto de Portugal ser um imenso império colonial pressentia-se também no conteúdo de apresentação de filmes estrangeiros. "REVOLTA NA ÍNDIA" é bem paradigmático dos "olhos coloniais" com que a película devia ser vista: "Epopeia das tropas inglesas, na Índia insubmissa em luta com os exércitos aguerridos e traiçoeiros dos nativos -- Os soldados ingleses, jogando patrioticamente a vida em face de povos estranhos -- A subtileza e a crueldade tipicamente orientais, que os valiosos soldados do império têm que suportar -- Formidáveis batalhas que provocam frémitos de emoção -- Um cântico de exaltação ao exército inglês -- A Índia Revoltada; onde tremula a bandeira britânica que os seus soldados num esforço épico defendem". Estávamos em 1942, a cinco anos da independência da Índia. Na história do Canadá também havia estórias de resistência dos donos do império contra os terríveis nativos, recuperadas em 1942, para o cinema: "O tema tem como ponto de partida um acontecimento verídico que se deu no Canadá por alturas de 1885 e que pôs à prova a heroicidade da polícia montada -- garbosos homens de fardas berrantes que defendiam os interêsses da Grãn-Bretanha, auxiliando os subditos, dos ânimos terríveis dos mestiços e dos índios". |