Que faria V. se, de repente, lhe nascesse um filho de 16 anos?
"NOITE QUE NÃO VOLTA" contava "uma
história que todas as mulheres compreendem e os homens desejam",
a história "de um amor eterno que só durou uma noite"...,
um filme "para todas as mulheres que sonham com a felicidade".
"JUSTIÇA DOS HOMENS",
pela Lousã em Julho de 1945, se era um filme "revelador
da índole dos homens", também comportava "argumento
que entusiasma todas as senhoras". "Que faria V. se, de
repente, lhe nascesse um filho de 16 anos?" -- perguntava o prospecto
de "ORQUÍDEAS PARA MINHA ESPOSA", um filme "para
ver e meditar", para ser visto pelas "senhoras"
e numerosas proles: "V. Exa., minha Senhora, não deixe de
ver este encantador filme assim como seu Marido, Irmãos, Pais, etc".
"DOIS DIAS NO PARAÍSO" (1958), incluía "uma mulher que parece frívola e que conserva intactos os bons sentimentos da mulher portuguesa"... O drama "vigoroso e profundamente humano que é uma dura realidade" e que foi à tela com o título "BARRO HUMANO" era "um filme comovente para todas as mulheres casadas que brincaram com o amor". "COM QUEM ANDAM AS NOSSAS FILHAS" (1959) dava direito a pergunta com remate moralista: "Decerto já fez a si mesmo estas perguntas: Já pensou nos graves perigos que encerra a vida cotidiana das grandes cidades e na influência nefasta das más companhias ou amizades? -- Proteja sempre as suas filhas destes perigos: DESEJO! CALÚNIA! MALDADE! AMOR! SEDUÇÃO!". O espaço dedicado ao argumento moralizava mais do que detalhava pormenores do filme: "É a história de uma juventude que sem pensar entra alegre e confiada na vida. Uma acusação contra os pais que esquecem os seus deveres. É a história desses jovens que se perderam pela indiferença assim como pelo excesso de amor dos seus pais. A vida moderna está cheia de perigos para a juventude. Eis porque a educação dos pais é tão difícil nos nossos dias. Um filme que lança um aviso a todos os pais"... |
FIM DO CAPÍTULO