A adjectivação não era monopólio da publicidade aos filmes. Os críticos de cinema também abusavam dos adjectivos e, quando o abuso vinha em favor do filme, havia que amplificá-lo em panfleto. Atente-se no respigo do "Diário de Notícias" que o cartaz de "A SENDA DOS ELEFANTES" escolheu para emoldurar os restantes slogans: "É cinematogràficamente super-realizada, em technicolor, por W. Dieterle, mestre de cinema, com grandeza, sumptuosidade e vibração emocional, dando-lhe categoria de obra-prima de realização! Valorizando notàvelmente o interesse espectacular da sensacional super-produção, que tem momentos formidáveis de grandeza espectacular". "REVOLTA NA BOUNTY", que em 1940 passava entre nós com título secundário de "Revolta a Bordo", também fizera razia no armazém de adjectivos dos críticos de cinema: "Impressões da crítica REPUBLICA... -- Um filme que tem qualidades assombrosas, verdadeiramente excepcionais... REVOLTA NA BOUNTY é um destes filmes que marcam um momento histórico... Tudo neste filme é grandioso, arrebatador! É do melhor que temos visto em cinema. NOVIDADES... -- Uma grande produção da Metro debaixo de todos os aspectos, que o crítico só tem de elogiar, REVOLTA NA BOUNTY é digna do ano máximo dessa grande empresa americana. DIÁRIO DE NOTÍCIAS -- REVOLTA NA BOUNTY está fora da serie e longe do normal. É uma super-produção autêntica, dirigida por um realizador notável e representada por actores notáveis. SÉCULO... -- Trata-se dum filme excepcional... Estupendo simplesmente! Um espectáculo cuja grandeza o público não esquecerá facilmente..."