Ao
redor é margem com sabor a ferrete: subúrbios, periferia, zona
industrial. Alcunhas construídas no betão, quase sempre esquecendo que
há por lá gente dentro.
Corpos
que destilam prazer em praia proibida aos ricos, que suam carregando
varas, plantando videiras; que meticulam na arte do afia, que pantufam o
alcatrão, à velocidade do burro. Corpos em que a camisa é estorvo,
chapéu ou garruço não. A roupa estende-se em corda tranquila, a malha
ajuda a despachar domingos, dias santos e feriados.
Rega-se
o chafariz, escondem-se as batatas, a boneca vai ao espeto para espantar
passaricos traquinas.
Ainda
há carreiros que aceitam o padre, há fornos, teares e feiras, e
correios-cabide, e louça de barro.
E vento que empurra as bolinhas de sabão. Vão de mansinho para não acordarem paisagens dormentes de tão belas.
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Sobre o Projecto "Dias de Coimbra"
Autores Apoios Sala de Visitas
Julho 2003