A paquidermização da indústria cinematográfica ia muito para além da publicidade em panfletos. Jornais e revistas impressionavam os leitores com números de pasmar

A revista "EVA" de 3 de Julho de 1937 trazia, na sua secção "Por Hollywood", duas notícias alimentadas por números de peso. A primeira reportava ao elefante companhia inseparável de Sabú: "Apresentamos hoje às nossas leitoras um 'astro' do cinema que andou 500 quilómetros só de uma assentada, e pelo que se sabe não se queixou. Trata-se, nem mais nem menos, de 'Kala-Nag', o hoje famoso elefante que veremos com o pequeno Sabú no filme 'O menino e o elefante'. O formidável paquiderme, um dos maiores elefantes domesticados do mundo, foi enviado para o Jardim Zoológico de Londres. Embarcou em Madras, na Índia, e dali seguiu até à Grã-Bretanha. A sua entrega no vapor em que seguiu sofreu grande demora devido às dificuldades surgidas durante a viagem por terra. O caminho de ferro entre Mysore e Bangalore, a caminho de Madras, é de via reduzida e não foi possível acomodar nos vagões a jaula em que seguia o 'Kala-Nag'. Dessa forma foi necessário obrigar o pobre elefante a percorrer a pé, pela estrada, os 500 quilómetros que separam aquelas duas cidades (...)".

A segunda notícia quantificava a plêiade de colaboradores de Walt Disney: "Mais alguns elementos para as vossas estatísticas do cinema: Walt Disney, o célebre criador dos desenhos animados, dirige mais de 200 artistas na produção dos filmes 'Camondongo Mickey' e 'Sinfonia Singular'. Se fôsse ele só a fazer os milhões de desenhos necessários a qualquer dêsses filmes teria que trabalhar vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, durante cinco anos, para conseguir uma só produção".