Jornal LE MONDE


Escala de valores

É verdade, a morte da princesa de Gales e dos seus companheiros é muito triste, mas tal facto merecerá o exagero mediático no qual, pasme-se, até mesmo o "Le Monde" participa? Tudo teria sido diferente se as coisas tivessem sido colocadas na sua devida proporção. Sem entrar na comparação banal e justificada com o espaço atribuído às mortes atrozes na Argélia, parece-me que um artigo da mesma importância que aqueles que vocês consagram habitualmente na rubrica "Desaparecimentos" a pessoas que deram até contributos mais relevantes à humanidade, seria suficiente. Há na cobertura mediática deste acontecimento uma inversão da escala de valores na qual o Le Monde participa, e é desolador.

PATRICK CHATELIN MELLE (DEUX-SEVRES)


Quem é esta mulher? Uma princesa, parece. Que fez ela de extraordinário? Nada!

Um acontecimento formidável teve lugar no passado fim de semana. Número de ontem (terça-feira): grande título na primeira página, seis páginas interiores e editorial. Número de hoje (quarta-feira): de novo um título na primeira página, duas páginas interiores e de novo um editorial. Trata-se de uma revolução numa grande potência? Uma catástrofe nuclear ou ecológica sem precedentes? A descoberta de seres inteligentes noutro planeta? Não, trata-se da morte de Diana Spencer. Quem é esta mulher? Uma princesa, parece. Que fez ela de extraordinário? Nada! "Le Monde" habituou-nos a outro tipo de ponderação da importância relativa dos acontecimentos mundiais!

MICHEL JACQUESSON CHARLY-SUR-MARNE (AISNE)

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