Lá isso de ditador, o meu amigo não sabia bem o que era |
Capítulo VIII Página 8
P.-- Salazar disse, logo no princípio, que sem homens educados e instruídos não se poderia dar seguimento à Revolução Nacional; portanto, era preciso educar e instruir os homens. Disse, cumpriu e está a cumprir a sua palavra. Em Portugal há muitas obras de assistência e de educação que ajudam a elevar as massas populares à cultura, ao bem estar, e aos altos postos da Nação e do Estado; todas as escolas e todos os lugares estão abertos aos melhores valores que apareçam. Há muita gente que ainda não deu conta disto, principalmente os mais jovens; e isso é assim porque os mais jovens não podem comparar o presente com o passado, que não conheceram e que foi bem mau. O nosso Governo cuida, cada vez com maior interesse, de criar melhores condições para que todos os jovens sejam instruídos e educados nos princípios tradicionais e cristãos. E isto para todos, pobres e ricos. Muitas reformas já se fizeram nesse sentido e algumas mais se estão a fazer. A.-- Muito obrigado. É isso mesmo; o Nacionalismo português defende os pobres e fracos como eu, defende-os e protege-os de preferência aos outros; pois se bem compreendi, além das escolas, cria e sustenta obras que protegem os nossos filhos dando-lhes condições para poderem estudar, se forem inteligentes e se distinguirem. Lembro-me da nossa cantina escolar que dá comida aos mais pobres; e da caixa escolar que lhes dá roupas, calçado e livros. Isto nas escolas de instrução primária; nas outras mais adiantadas há-de ser o mesmo ou melhor. O Nacionalismo português não olha ao interesse deste ou daquele porque é importante, mas sim ao interesse de todos por igual, ao interesse da Nação; e se tiver que dar preferências dá-as aos mais necessitados; não é assim? P.-- É exactamente assim, amigo, vejo que percebeste bem. Por hoje já basta; um dia destes havemos de voltar a encontrar-nos para continuarmos estas conversas. A.-- Muito obrigado, Senhor Professor. Eu gosto muito das suas explicações. Podemos voltar a falar no fim do próximo Colóquio, conversando sobre o que lá se passar. Agora vou discutir estes assuntos com os meus amigos lá da aldeia para ver se eles entenderam; se tiverem dúvidas eu já lhes posso explicar tudo. P.-- Fazes bem, deves espalhar essas coisas que aprendestes, pois assim, como bom nacionalista que és, prestas um óptimo serviço à Nação'.
-- Livra, professor, que grande estopada! Houve partes que até desliguei. Aquilo é que era um reaça do caneco! -- O que esperavas tu de um Governador Civil do antigamente, Veríssimo? Que dissesse mal do Salazar e bem dos comunistas, era?! -- Ai o que falava era o Governador Civil? -- Então não expliquei ao início que o autor do livro era o Governador Civil de Coimbra, Horácio de Moura? Estavas com o sentido nas moelas, e pronto! FIM DO CAPÍTULO VIII |